Composição e Atributos da Cachaça
Para ser considerada boa, de fato e de direito, toda cachaça tem de apresentar “características sensoriais peculiares”, como estabelece o Decreto 6.871, de 4 de junho de 2009. Tal avaliação demanda três dos cinco sentidos humanos na escolha da bebida: visão, olfato e paladar.
A primeira recomendação para quem compra é olhar o rótulo e, especialmente, o contrarrótulo, onde deve constar o registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Comprar cachaças legalizadas é a garantia de que você está levando segurança alimentar para casa. O passo seguinte é chacoalhar a garrafa e observar as bolhas de ar que se formam no líquido. As borbulhas têm de desaparecer em 20, no máximo 25 segundos. Se isso ocorrer, significa que se trata de uma cachaça pura, mas, se permanecer por mais tempo, já dá para desconfiar que a cachaça pode conter algum melaço, adicionado para conferir cor à bebida.
Após esses exames preliminares, está tudo pronto para levá-la para casa e dar início, ao processo de degustação, sozinho ou com amigos. Ao contrário do que ocorre com bons vinhos maduros, a cachaça tem de se apresentar absolutamente límpida. A bebida deve apresentar brilho e absoluta transparência. Outros pontos importantes na avaliação visual são a cor da bebida e a sua untuosidade, a qual se traduz nas ‘lágrimas’ formadas pelo álcool nas laterais internas da taça, à medida que ela é girada.
O cálice ideal para a cachaça ainda é motivo de debates e controvérsias. Há quem prefira os copinhos de vidro de base espessa, conhecidos como “martelinhos”, ou mesmo as réplicas em escala reduzida do tradicional “copo americano”. A maioria dos sommeliers e cachaciers, contudo, utiliza em degustações e no dia a dia a taça ISO, recipiente universal criado nos anos 70. O aroma deve ser suave e delicado, não pode incomodar o nariz. Se a cachaça for branca, geralmente apresenta tons frutados e herbáceos. No caso das bebidas envelhecidas, predomina a madeira.
Na boca, uma boa cachaça deve, por exemplo, ter acidez suficiente para estimular a salivação sem, no entanto, agredir as mucosas da boca. Além de agradável, o paladar tem de ser rico, com álcool suave e equilibrado, e toques, na dose certa, de doçura e de amargor, este propiciado pelo envelhecimento em barris de madeira. Dois outros quesitos importantes são retrogosto persistente e agradável, e a maciez. A cachaça deve descer pela garganta da forma a menos rascante possível. Sabores e aromas têm relação direta, claro, com os padrões de produção e as reações químicas sofridas pela bebida durante a sua elaboração.
A conservação adequada demanda poucos cuidados dos consumidores. A bebida, basicamente, não deve ser exposta a temperaturas muito elevadas e ao sol, devido, em particular, aos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. Versátil, a cachaça pode ser saboreada de diferentes formas, além da tradicional, no estilo caubói. Duas boas opções são on the rocks, com gelo, como o uísque, ou direto do freezer, tal e qual a vodca e o steinhäger, como acompanhamento de chopes e cervejas.
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